24/02/2011

A menina sonhadora e os seus amigos.
Um dia, uma menina encontrou um pássaro de Natal, esquecido, sem rabo a um canto. Alice aconchegou-o no gorro de lã no seu quarto e pôs-lhe um rabo colorido. Magicamente, o pássaro transformou-se: parecia um arco-íris! A Alice amava-o tanto que sempre que o seu coração anoitecia entrava no corpo espelhado do pássaro e podia voar pela janela. De lá só via pequenos pontos luminosos: eram as casas, os navios, as cidades, era tudo tão confuso. Cada vez subia mais e respirava aquela liberdade única. E chegou às estrelas que incendiaram o azul com os seus ramos de fogo. Uma estrelinha piscou-lhe os olhinhos, num convite mudo.
A menina aproximou-se com o seu estranho corpo de pássaro.
_ Quem és tu? – perguntou a estrela.
_ Não sei bem como explicar-te. Sou uma menina com coração de pássaro.
_ Vem fazer-me companhia! Estou tão cansada de ser Estrela!
_ Eu invejo a tua sorte estrelinha! Daqui vês a Terra e o mar!
_ Como te enganas! Estou aqui milhares de anos e o que vejo é o sofrimento dos homens. O egoísmo tornou-se tão alheio e isolado! Os ricos vivem longe dos pobres, ensurdecidos à dor e à miséria! Aqui não me chega o perfume da Terra, nem a mutação colorida das estações. Os países destroem-se com o poder, só há guerras, chacinas e sofrimento! Daqui vejo que o teu planeta é habitado por gritos e banhado por um oceano de lágrimas…
_ Sabes, quando eu era pequena, nos dias que não havia Sol, sentia-me muito triste e infeliz. Até que um dia imaginei que uma rosa gigante e mágica cobria o Sol. Será uma imaginação assim que faz falta aos homens, para deixarem de ser cruéis e pensarem no valor da amizade e do afecto?
_ …Ah! O azul do céu empalidece, não tarda que seja dia!
_ Adeus, Estrela. Gostei muito de falar contigo!
Depois percorreu a colina das nuvens, os campos das estrelas e desceu no carrossel da Via Láctea.
A estrelinha gritou:
_ Não te esqueças de voltar!
_ Como eu me posso esquecer se foi uma noite inesquecível!
Quando chegou a noite Alice voou à procura da sua amiga.
A estrelinha agora agitava os seus ramos de contentamento.
_ Na Terra estava muito frio, o ar era como um gume de faca! Sabe-me tão bem o teu calor! Não há fogo que se compare!
_ Mas existe um fogo mais forte do que todos. É o fogo da ternura e da amizade!
_ Nunca te esquecerei! Hoje foi uma noite feliz e especial!... Até breve!
_ Até breve!
Vanessa Marlene Cruz Reis Paula, 4º ano, turma B da E.B1 da Sequeira.

 
A Menina Coração de Pássaro
Era uma vez um pássaro de árvore de Natal que tinha perdido a mola e a vassoura brilhantes do rabo. E havia uma menina sonhadora e solitária que falava com as flores e sabia o coração das coisas.
Como o pássaro não tinha voltado a entrar na caixa das bolas e das grinaldas prateadas, tinha ficado por feiura ao abandono. A menina levou-o para o seu quarto. Nessa noite, aconchegou-o num gorro de lã que o virou em jeito de ninho e lá o deixou com o bico de fora para respirar.
No dia seguinte, a menina foi à procura de um rabo para o pássaro até que encontrou uma pena de um chapéu de palhaço e um feixe de hastes longas que dormiam num antigo baú.
A menina com muito cuidado agarrou-o e colou a pena com fita adesiva no pássaro.
A menina pôs-se a amá-lo tanto que sempre que o coração dela anoitecia entrava no corpo dele.
 À noite a menina fazia muitas viagens. Certo dia, encontrou uma estrela que lhe disse:
 - Quem és?
-Não sei bem como te explicar sou uma menina e um pássaro ou uma menina com coração de pássaro.
-Vem fazer-me companhia! - Exclamou a estrela.
-Estou tão cansada de ser estrela! – Queixou-se a estrela.
-Porquê? – Questionou a menina.
-É, porque estou sempre a mirar-me.
-Se olhares para baixo parece que tens uma irmã gémea. - Disse a estrela -O egoísmo tornou-os tão alheios e isolados. Os ricos vivem longe dos pobres. Daqui o teu planeta é habitado por gritos e banhado por oceanos de lágrimas. Os homens deixaram-se dominar pelas máquinas que inventaram.
-É terrível o que dizes! – Reparou a menina.
-Até breve. - Disse a menina.
-Até breve. - Disse a estrela.
Passados alguns dias, a menina ouviu a sua amiga estrela chamá-la.
-Estavas com medo que eu me perdesse? - Perguntou a menina.
-Não, não era isso eu só te chamei porque podias pensar que eu era o cometa que vive aqui perto. - Explicou a estrela.
-Não podia ser porque a tua luz é diferente à do cometa. - Disse a menina.
-Também eu queria vir cá, na terra está muito frio e não há fogo mais quente do que o teu. - Acrescentou a menina.
-Enganas-te – Falou a estrela.
-Então qual é esse fogo? - Perguntou a menina.
-É o fogo da ternura e da amizade. – Explicou a estrela.
-Não sabia! - Retorquiu a menina.
Despediram-se e a menina voltou para o seu quarto, a pensar que a amizade aquece os corações.              
Miguel Pereira Pragana, Rodrigo Matias; 4ºB – EB 1 da Sequeira 

1 comentário:

Anónimo disse...

É complicada a história!